TOCAR MÚSICA POR AMOR AO TORRÃO NATAL
Denominado movimento regionalista,manifestação de entranhado amor a terra onde nasceram muitos dos nossos, conterrâneos, em nossa opinião, salvo algumas excepções, foi vincadamente bairrista .
No inicio aqueles que emigraram para Lisboa, tomaram consciência do atraso e esquecimento da sua aldeia motivado pela incúria dos poderes públicos, resolveram tomar iniciativas, para realização do que faltava : escola, fontes, estradas, correio, médico ,etc.
Para isso, lançaram mão de todos expedientes. No distante mês de Fevereiro de 1925, punhado de naturais da antiga Vila de Fajão, hoje simples freguesia do concelho de Pampilhosa da Serra, resolveram juntar-se. afim de angariarem fundos destinados custear abertura da estrada, Fajão, a catraia do Rolão, na estrada Pampilhosa da Serra, a Coimbra.
Para conseguirem esse objectivo, fundaram conjunto musical baseado no instrumento que tocavam, e apelidaram "GRUPO BANDOLINISTA FAJAENSE ".
O grupo de acordo com lei vigente, baseava-se em estatutos, aprovados oficialmente, e também, órgãos dirigentes.
Os primeiros foram:
Presidente direcção :José Maria Almeida
Vice - presidente : José Campos
Secretário : António Almeida
Presidente da Assembleia geral: José Maria Azevedo
Maioritariamente ao tempo exerciam oficio de limpa chaminés, trabalho duro, no entanto, permitia conseguir melhor provento, que outras tarefas igualmente árduas.
A musica dos bandolins dedilhados pelos músicos serranos, abrilhantou festas e bailaricos, por toda região de Lisboa. Amealharam suficiente para darem um grande impulso a estrada, dez anos mais tarde a Companhia Eléctrica das Beiras,viria utilizar para transporte materiais e máquinas para o aproveitamento hidroeléctrico da Barragem de Santa Luzia.
Lembrei memória destes hoje quase esquecidos, conterrâneos; enquanto puder não permitirei caiam no olvido.
Certos momentos, quando visito Fajão, descanso alguns minutos,no largo da igreja matriz, imagino escutar som maravilhoso, tanto gosto, dos bandolins tocados pelos elementos do " GRUPO ", por amor a sua terra, e hino a solidariedade aldeã.