MARAVILHAS NATURAIS DAS MARGENS DA RIBEIRA DA PAMPILHOSA
Estadia forçada no domicilio,permitiu encontrar no caderno virtual de apontamentos do tempo da infância e depois na juventude; durante época das férias de Verão, invariavelmente, após vinda para Lisboa, demorava algo mais no torrão natal.
Sítios frequentei, na altura não valorizava, hoje reconheço seriam maravilhosos, mereciam ter sido melhor apreciados.
Recordo densa mata de loureiro, um desses lugares mágicos e unicos, junto da antiga levada regava terras das margens, da ribeira desde o caneiro dos Silvas, a lonjura da Foz do Sobral.
Quando caminhava vindo de Vale Covo, para o moinho, do chão da cuca, depois de passar olival do vale da Sardanisca, alcançado local onde as cales da agua, atravessavam o rio para as terras da Foz das Videiras defronte; passando gigantesca figueira e pequeno alfobre plantio das couves, com desvelo a nossa mãe, regava usando aguadouro enchia na agua da levada.
Crescendo desde borda da ribeira para as alturas, deparava, viçosos loureiros, sempre verdes, na primavera floridos, exalavam odor magnifico, qual templo,no momento de benzedura dos ramos, no domingo do mesmo nome.
O renque de loureiros acompanhava, durante uns cem metros o caminho de lagedo ,que bordejava a levada. A esquerda os loureiros, a direita, lomba do coratão da "assanha", coberta de estevas, igualmente odoríferas do laudano das folhas. Correndo ao meio as aguas da levada sempre de caudal opulento.
Era encanto, epifania, motivados por natureza pródiga e bela. Adorava o sitio não sei alguma coisa ainda existe.No cantinho resguardado,de memórias sublimes, ainda lá estão os loureiros do caminho da levada dos Silvas, e continuarão até se apagar ultimo sopro da vida.
O inverno demogáfico, transformou um vergel,em ruina sem sentido. Casa da Quinta dos Silvas na Foz de Vale Covo, arrabalde de Pampilhosa da Serra...