A BATALHA DO GAVIÃO AGOSTO DE 1940
Há oitenta anos, primórdios da segunda guerra mundial, tempo de dificuldades económicas, e penúria alimentar, no concelho de Pampilhosa da Serra,decorriam obras importantes dando emprego a centenas de trabalhadores. oriundos de todos cantos de Portugal, acorriam as serranias da Beira , em busca de trabalho,que garantisse pão , nem que fosse o que " diabo amassou".
A empreitada de construção da estrada nacional 40-2ª , ligação Pampilhosa a Castelo Branco, estava em plena execução.
Domingo 11 de Agosto de 1940, ao anoitecer grupo de indivíduos em "sessão" de copos na taberna do Ti António Barata, situada na povoação de Gavião, freguesia da Vila, envolveram -se em desordem, na sequencia de abundante consumo de bebida.
Dono da casa conseguiu com dificuldade acalmar os desordeiros, aparentemente, acataram ordens do taberneiro.
Foi sol de pouca dura , saindo da locanda para Sobral do Gavião, onde alguns se acomodavam; ali chegados, insatisfeitos, resolveram retomar a contenda, com maior violência, ocorrendo cenas de facadas.
Resultado: já de noite um trabalhador , natural do Paul concelho da Covilhã, foi transportado de maca, para Pampilhosa , apresentando várias facadas no pescoço cara e braços, múltiplas escoriações por todo corpo,provocadas por queda numa profunda trincheira, quando andava engalfinhado com colega natural dos Caneiros, concelho de Oleiros.
O ferido tratado pelo Dr. Luís Barateiro, na farmácia da vila, voltaria depois transportado , novamente, de maca para o Gavião.
Acusado de ter participado na refrega , um trabalhador , de 23 anos natural de Melgaço no Minho,seria preso; deu entrada na cadeia da Pampilhosa. Parece no entanto, rapaz nada teve a ver com a desordem, razão seria outra.
O numero de trabalhadores empregues na obra ascendia naquela ocasião a 400, exemplo do detido,muitos deles oriundos da província do Minho, namoriscavam as moças casadoiras das redondezas; iriam aliás resultar alguns casamentos, e idas para o rincão minhoto de algumas delas.
Claro rapazes da região , não aceitavam de boa catadura derriços dos forasteiros, quando podiam ser-lhes bons, não vacilavam , e... vá de vingança.
A batalha do Gavião além do álcool teve motivações ciumeiras. Aqui fica localização dos locais onde se desenrolou a refrega.