Vieram hoje a lembrança,factos pensava estarem definitiva e irremediavelmente afastadas da memória.Felizmente não comandamos estas coisas.Idos do final anos 1950, talvez 1959, não posso precisar.
Nesse tempo meus pais haviam comprado um aparelho de radio, nos Armazéns Cancela, entidade fornecia a prestações tudo o que os mal pagos funcionários públicos de então, precisavam para vestir e para o lar.
A telefonia de reputada marca alemã, passou a ser usada por mim para ouvir nas ondas curtas, que sintonizava num botão lateral do parelho, as emissões da Rádio Moscovo, das radio Tirana e Argel, também da BBC, onde escutava noticias sobre Portugal, aqui eram proibidas pela censura; comecei a ter no bairro onde morava fama de elemento subversivo.
Além disso havia uma emissão transmitida pelos Emissores Associados de Lisboa, as quintas feiras,horário 19,30, com nome ondearte, nela um fadista de nome António Madeira, proprietário das Sapatarias Madeira em Almada, patrocinador do programa, cantava fados, alguns dos quais, falavam do Carvoeiro concelho de Pampilhosa da Serra.Encontrei por acaso, mas esta particularidade, transformou-me num ouvinte assíduo.
Nunca soube qual seria origem da ligação do fadista com a aldeia; todavia recordo quadras de um fado que cantava, acerca daquela localidade, Aqui vai :
VEJO SERRAS VEJO MONTES
LÁ EM BAIXO A RAMALHEIRA
E ÁGUA DAS TUAS FONTES
A CORREREM PARA A RIBEIRA
CHEGA O VERÃO E POR FIM
FLORESCEM AS PAPOILAS
JUNTO AO SENHOR DO BONFIM
DANÇAM BONITAS MOÇOILAS
Recordar é viver , espero ainda algum dos leitores também lembre destas coisas
O nome do Sr. Alberto Magno de Oliveira o barbeiro residente na aldeia de Carvoeiro, freguesia de São Simão de Pessegueiro no concelho de Pampilhosa da Serra, esteve presente em muitas conversas tive com meu querido inesquecível avô,materno Augusto Cortez.
Não conheci pessoalmente , aquele personagem porque tendo falecido em Lisboa , no Hospital Escolar de Santa Maria, a 5 de Junho de 1951; eu com quatro anos de idade, não,seria possível lembrar-me dele.
Segundo meu avô, o barbeiro do Carvoeiro, era visita assídua na casa de Vale Covo, residência da nossa família no arrabalde da Vila de Pampilhosa. Da varanda da casa , era possível avistar a sobreira gigantesca que naquele tempo existia, perto da eira do Carvoeiro.
Quando eram necessários serviços de assistência daquele reputado,barbeiro, quando sabia que estava na aldeia lançava um foguete , sinal para solicitar a presença.Considerei, sempre, este método, coisa singular e fascinante.
Mais nosso avô afirmava, Alberto Magno Oliveira era seu parente. Nunca explicou a razão desse parentesco, mais tarde descobri.
Alberto Magno de Oliveira , tendo passado a história como sendo alguém do Carvoeiro, afinal, nasceu na vizinha aldeia do Coelhal, em 5 de Julho de 1883, curiosamente , ano de nascimento, do meu avô,por isso Alberto era " um rapaz do meu ano " como dizia.
Alberto era filho legitimo de Manuel de Almeida e Maria Joana,ambos do Coelhal.
Casou com Maria da Ascensão , natural do Carvoeiro, filha de Manuel Antão, do Carvoeiro e de Margarida de Jesus da Telhada.
Margarida era irmã da minha bisavó Justina Rodrigues; assim tia do meu avô, deste modo Maria da Ascensão era prima direita do nosso avô Augusto, daí o parentesco,referido.
Facto importante Maria da Ascensão, nasceu no Carvoeiro, 10 de Maio de 1888, teve como padrinho de baptismo, Francisco Antão,no estado de viuvez , na ocasião, barbeiro do Carvoeiro. Madrinha a filha de Francisco, Maria dos Prazeres.Faleceu a 17 Outubro de 1986,em Lisboa.
Francisco Antão, ferrenho miguelista exercia a profissão havia mais de cinquenta anos, talvez, tenha passado ensinamentos da "arte" a Alberto, por haver casado com a afilhada. Quem sabe?
Mais uma memória deste personagem lendário , muito querido e estimado da gente serrana, pela sua competência e humanidade.Afinal ainda somos parentes , não muito afastados.
Abril de 1972,apresentou-se seco com temperaturas, elevadas para a época, no dia 25 , curiosamente, meio da tarde densa nuvem de fumo, começou a pairar sobre a vila da Pampilhosa. Incêndio ou ucha, como usualmente pessoas da terra, chamavam ,havia deflagrado nas cercanias da vila
Tocado pelo vento, apesar de soprar fraco, ganhou dimensão,eram visiveis chamas na encosta da montanha, denominada Cabeço da Urra,situada no quadrante sul do horizonte da terra.
Estranhamente, população residente ou de passagem reagiu com indiferença, dizem até houve alguém fez humor com a ocorrência dizendo sem temor " deixa arder que o meu pai é bombeiro ".
Paulatinamente fogo ia avançando pelas lombas da montanha, ganhando intensidade. O vice presidente da Câmara Municipal, saudoso, Fernando Gomes da Silva, popularmente conhecido, por Fernandito,apercebendo-se da gravidade,telefonou , pedindo auxilio aos serviços florestais na Lousã,ao mesmo tempo,solicitava ao senhor Prior Padre Carlos, mandasse tocar o sino da igreja a rebate, também apelou a Guarda Republicana, para irem pela vila mobilizando todos para que ajudassem no combate ao fogo.
Como se pode ler na noticia publicada na primeira página do Jornal Comarca de Arganil,as chamas consumiram apreciável área de mato,pinhal e algumas oliveiras,
Entretanto chegou ajuda vinda da Lousã, os populares , permitiram salvar , dez casas de arrecadação , no sitio de Vale Covo, oliveiras no local do Rencão, diversas silhas de colmeias, tudo nos arredores da vila.
Este acontecimento, veio demonstrar, a falta de operacionalidade da corporação de bombeiros sem activo,pronto acudir emergências como esta.
Este incêndio contribuiu para acelerar processo operacionalização da corporação de Bombeiros Pampilhosenses; a associação fundada em 1969, nesta data,não estava ainda em condições operacionais satisfatórias.
Tempo estranho, estamos vivendo, medo e ansiedade instalados, resultando de apocalípticos cenários traçados por "especialistas" avisando possibilidade do crescimento incontrolado deste surto de infecção epidémico,pode provocar razia nos grupos de risco, onde,infelizmente, estou incluído; tem levado algumas ocasiões, inesperadamente,resolva ir antes, que tenha o fatal percalço, visitar locais onde programei ir, por várias razões,fui adiando.
Um dia destes,decidi fazer caminho, que meu avô materno,muitas vezes percorreu,quase sempre para comprar milho. quando produção caseira, em tempo de más colheitas, não dava cereal suficiente para farinha da broa.
Esse caminho, ligava sede da Freguesia de São Simão de Pessegueiro, a farta e prospera aldeia das Malhadas da Serra, situada também naquela freguesia.Preparamos farnel, acondicionado na arca de " levar a praia ", ai vamos nós.
Traçado rumo, depois de consumir parte do " avio ", numa dilatada paragem na nossa casa na vila de Pampilhosa da Serra, chegamos as Malhadas da Serra, seriam três da tarde.
Saímos da estrada nacional 112, direcção a aldeia por íngreme caminho amplo, bem asfaltado, onde alguém,dentro de automóvel, estacionado a sombra, falava ao telemóvel, pensamos seria, talvez, falta de rede no povoado; estava muito calor.
Passado casa desabitada do antigo guarda florestal,curvas, e mais desnível , chegamos a aldeia. Dei volta sem estacionar, e tomei o caminho queria conhecer, a placa indicava Pessegueiro.
Descemos cada vez mais , curvas e contra curvas, bom piso. Não se vislumbra viva alma,de repente depois de mais uma curva, com aldeia lá no alto, aparecem casas modernas de traça adaptada ao local,a " seta " informa " casas do Couratão".
Decidimos não sair do nosso rumo, continuam as curvas, é preciso cuidado a estrada não tem railes de protecção, qualquer pequeno deslize pode ser morte do artista.
O vale da lendária Ribeira da Loisa, outrora, produzindo moios e moios de milho, está hoje, tomado pelo mato, votado ao abandono. Quantas vezes ouvi este nome, agora aqui estou pela primeira vez, tudo soa diferente ao que me contavam.
De repente, numa curva sinal, chamando a atenção para "trabalhos florestais ", deparamos grandes maquinas com grua, mais abaixo, outra ia cortando madeira.
Paramos no recanto de uma barroca, de repente reparei, as lombas em redor até onde podia alcançar , tudo coberto de eucalipto. Estávamos no meio de um mar deles. Seria assim até próximo Pessegueiro.
Quando finalmente parei contemplei a praia fluvial onde grupo significativo de pessoas se refrescava, ainda mais interiorizei impressão causada pela viagem naquele mar de eucaliptos; meu avô, quando por ali andou nem sonhava um dia o neto iria " sulcar " de carro.
Para amenizar vista das casas do couratão tal qual avistei da estrada.
Tudo começou no casamento realizado na igreja São Martinho do Fundão, dia de Natal de 1865, entre João Baptista de Castro, e Dona Mariana Adelaide Osório de Castro Cabral Albuquerque; ele de 21 anos , solteiro natural do concelho de Alfandega da Fé , distrito de Bragança,filho de abastados proprietários rurais, estudante do terceiro ano do curso jurídico na Universidade de Coimbra, na urbe coimbrã residia na rua do Forno.
Ela de 23 anos, solteira, residente a Rua Direita, Fundão, natural da freguesia de São Jorge de Arroios,Lisboa, e filha legitima do Tenente General do Exército José Osório de Castro Cabral de Albuquerque, natural de Algodres, Celorico da Beira, comandante do destacamento militar fundanense. O enlace nesta data aproveitando, férias escolares natalícias do noivo.
Foram residir para Coimbra, onde em 1868, nasceu primeiro filho baptizado Alberto. Concluído curso ,feito necessário estágio, João Castro, seria colocado, Na vila de Pampilhosa da Serra, como juiz conservador notarial, influencia dos Neves e Castro, parentes, da esposa. A permanência na vila seria aproximadamente dois anos ; durante esse período, a família aumentada com outro rebento, um rapaz nasceu na Pampilhosa a 26 de Setembro de 1869. Baptizado na Igreja Matriz da Vila 1 de Novembro do mesmo ano, padrinhos seriam o Prior do Fundão e Dona Joana Baptista de Castro, tia do baptizando. Todavia ambos foram representados no acto, por D. Lutegarda da Costa Cabral e reverendo prior ambos residentes na Pampilhosa.
Segundo apurei durante estadia na Pampilhosa o bacharel João de Castro e Dona Mariana Cabral Albuquerque, residiram na " casa branca ", pertença dos Neves e Castro.
A Pampilhosa não era sitio propicio para quem desejava progredir na carreira e na vida, assim mudaram-se para Mangualde, onde permaneceram durante mais de vinte anos, naquela vila nasceu o ultimo filho do matrimónio , uma menina, Ana Castro Osório, viria a ser escritora e activista política de grande prestigio.
No decurso da carreira profissional,Dr. Osório Castro foi viver em Setúbal.Nesse tempo ocorreu em Angola, uma importante expedição, comandada Henrique Carvalho, com objectivo de cartografar a região da Lunda e aprofundar relações entre o Reino de Portugal o Mutiânvua,antiga designação das terras da Lunda.
Henrique de Carvalho, quando retornou a Lisboa,moveu " céu e terra " fosse criado distrito da Lunda, que conseguiu, ficando inicialmente sede daquela divisão administrativa em Malange.
Realizados os intentos regressando Angola, iniciou nova expedição, a Lunda, para a qual seria escolhido o nosso patrício,entretanto havia rumado a África como militar, e com patente de Alferes, prestando serviço em Luanda.Pelas boas referencias que dispunha Henrique de Carvalho, escolheu, João Osório Castro, para servir sob as suas ordens no novo Distrito. Confiando ao jovem oficial, a responsabilidade de conduzir coluna de 14 colonos e cinco condenados a degredo, para novo Distrito,
O percurso feito grande parte a pé,com grandes dificuldades ultrapassadas com competência e valentia. Henrique de Carvalho, confiou-lhe comando dos postos de Cafuxi,também conhecido por de Ferreira do Amaral, e Quela ou de Ferreira de Almeida,
A actuação mereceu rasgados elogios de Henrique de Carvalho, em carta que dirigiu ao general tio de João Osório, faz apreciação muito positiva da acção do sobrinho. Infelizmente o nosso conterrâneo adoeceu sendo estado de saúde ser muito débil , teve regressar Portugal,
Felizmente recuperou, vindo a casar em Setubal , 26 de Setembro de 1898, com D. Maria Rosa Soares Pereira Osório de Castro.Refez vida profissional,ingressando na carreira de oficial de Justiça, quando faleceu desempenhava cargo de chefe da 4ª secção da 3ª vara judicial do tribunal lisboeta da Boa- Hora.
Um dos seus filhos, Jerónimo Osório de Castro; engenheiro , fundou e dirigiu até ao precoce falecimento, uma inovadora unidade de fabrico de artigos em aço inoxidável, material para onde inventou soldadura por si patenteada , em Mafra ; a Câmara Municipal atribuiu o seu nome a uma artéria da localidade.
A mãe deste nosso ilustre conterrâneo, foi personalidade de grande prestigio social e político, feminista, ajudou fundar a "Obra Maternal ", de protecção a parturientes e crianças, com a qual viria a colaborar outro pampilhosense Dr.Tudela de Castro sobre quem já escrevi deste sitio.
Resgatei do olvido notável patricio, poucos sabiam até agora nasceu na Pampilhosa da Serra.Erradamente é sempre referido como natural de Mangualde. Fica reposta verdade, como prova irrefutável deixo extracto do assento de óbito.Mais um motivo de orgulho para a nossa querida terra , ter sido berço de alguém, serviu a Pátria e honrou suas raízes.
Estrada de acesso a Pampilhosa, antiga Estrada Real nº 52, demorou cem anos para atingir a vila. Esta particularidade,permitiu ao longo dos tempos , fossem surgindo,locais onde os viajantes, esperavam transporte e abrigavam retemperando forças, e prosseguir viagens.
As mais conhecidas; a catraia do Pépio, ou da Serra, onde se dirigiam as pessoas vindas, das povoações de Pessegueiro, Carvoeiro e Aldeias; mais adiante servindo de apoio a quem provinha ou se dirigia para Colmeal, no concelho de Góis. e outras aldeias da margem do rio Ceira, e também de Fajão,encontrávamos a famosa Martinha do Rolão; já tratei noutra ocasião; cataraia do Farropo, entreposto de comerciantes e pouso de caçadores, onde a estrada esteve "parada", dilatado tempo.Estas três " vendas" situavam-se na freguesia de São Simão de Pessegueiro, Município da Pampilhosa Outra menos conhecida, a catraia do Valongo, enquanto a via permaneceu, sem seguimento ao sitio dos Pereiros , pouco adiante do Casal do Valongo.serviu principalmente pessoas da vila, aldeias vizinhas , e a importante povoação de Carvalho
Valongo foi sitio mítico pelas perigosas curvas , onde sobressaia celebre curva do castanheiro, onde alguns camiões carregados capotaram ou se despenharam na barroca, uma ocasião também autocarro da carreira, felizmente sem vitimas a lamentar.
Perto do Valongo, ocorreu desastre vitimou o jovem primogénito de importante família da vila, Tragédia impressionou toda a gente,
Voltando actividade se verificava no Valongo, deveria ser importante; existia na catraia, como atesta a noticia uma "Estalagem" Estabelecimento onde fazendo fé no anuncio , além da actividade de " hotelaria " se vendiam muitos artigos incluindo tecidos. O participante era conhecido negociante de carvão.
Além da estalagem, existia estabelecimento de venda e armazenagem de carvão vegetal,proveniente da queima das torgas ou raízes , principalmente de ervideiros , nome que os serranos também atribuem ao medronheiro.O carvão animou a actividade comercial do Valongo, até cerca 1947.
A conclusão da estrada; em 1932 chegaria a Pampilhosa da Serra, determinou fim das catraias, ultima a desaparecer seria a do Rolão, quando concluíram a estrada do Colmeal.
Durante muitos e muitos anos, rivalidade entre as catraias era grande , dando azo a conhecida cantiga:
QUATRO NAÇÕES DE PORTUGAL
ANDAM METIDAS EM GUERRA
VALONGO E O FARROPO
E O ROLÃO MAIS A SERRA
Rectificação da estrada nacional 112, entre Pampilhosa e sitio da Portela do Vento, obra do Governo liderado pelo actual Secretário das Nações Unidas ,António Guterres, eliminaria as curvas de Valongo, durante anos a fio fizerem parte do imaginário das gentes da Serra, delas fica mapa.
Existe na Pampilhosa, casa do Benfica,construida pela vontade e persistência dos benfiquistas da vila , um dos mais entusiasta, querido amigo Alberto Marques, para mim sempre, Alberto a Ti América, infelizmente falecido,
Apesar disso numero dos que "torcem " pelo Sporting, parece ser mais numeroso, há razão de ser; tudo começou com acontecimento ocorreu em 17 Outubro de 1948.
Nessa época a quinta jornada do campeonato nacional futebol primeira divisão, Benfica ainda invicto, deslocava-se a cidade da Covilhã e defrontar Sporting local , havia subido a primeira divisão, precisamente naquele ano.
Entusiasmo enorme, Estádio Santos Pinto, iria registar, maior enchente de sempre. O clube covilhanense perante um dos grandes futebol nacional , pretendia , justificar subida, os encarnados de Lisboa, desejavam manter-se invictos,
Na Pampilhosa da Serra; vivia-se ambiente de fervor regionalista, relativamente a província da Beira Baixa, onde o concelho havia sido integrado, não tendo saído do distrito de Coimbra , porque elite Coimbrã se opunha.Os pampilhosenses esperavam com expectativa eminente inauguração da ponte rodoviária sobre Rio Zêzere , na aldeia Cambas, permitindo ligação por estrada a capital da província , desejando, depois disso, pertencer administrativamente, ao distrito de Castelo Branco.
Não admira perante dérbi na Pampilhosa apesar do Benfica ser muito popular, se vivesse ambiente favorável ao Sporting da Covilhã , único representante da Beira Baixa, " por conseguinte da nossa província " como afirmava o povo da nossa terra.
O desafio seria seguido através relato da Emissora Nacional de Radiodifusão, escutado na telefonia no estabelecimento do comerciante e barbeiro Zé Dias, popular figura da Vila , onde todos Domingos se reuniam adeptos futebolistas do burgo.
O resultado final, seria Covilhã 1- Benfica 0. Escusado dizer, verificou-se onda de entusiasmo, não só na Beira Baixa, mas também em todo Portugal.Os da Covilhã passaram ser conhecidos " Leões da Serra"; dada rivalidade entre os clubes lisboetas, gerou-se, igualmente , forte de simpatia ao Sporting Clube de Portugal; curiosamente, ganharia no estádio José Alvalade, nesse mesmo dia, 12 a 1 ao Boavista.
Escreveu , ilustre e nosso imortal patrício , Dionísio Mendes , no Jornal de Arganil :
" Causou grande decepção entre os numerosos simpatizantes do glorioso e popular Sport Lisboa e Benfica, o facto da equipa de honra,que vinha fazendo uma carreira triunfante, ter sido batida pelos « Leões da Serra ". Coube agora o infortúnio ao Benfica...já agora permitam-me que eu augure igual sorte a todos os clubes que passem lá pela «Serra », e com isso só temos de nos orgulhar"
Deste modo, fervor de simpatia " leonina " acentuou-se na Vila de Pampilhosa da Serra; tal qual imprensa proclamava: