PERCURSO FORA DAS "ROTAS" - CAMINHO DA VILA AOS COVÕES II
No apontamento anterior , " descansamos nas alminhas de Vale Covo sitio emblemático da Freguesia de Pampilhosa da Serra; retomamos caminho, direcção a sudoeste, a meio da encosta, agora em Maio apesar do incêndio , coberta de estevas floridas. Do carreiro avistamos a outra margem da Ribeira, com empinada lomba,onde outrora ,brinquei em denso pinhal, de árvores de grande porte , o pinhal da Ribeira , o mais produtivo destas paragens, pouco adiante , ficavam os castanheiros do Ti Manolito, hoje desaparecidos, e o grande olival da Covanca pertença de várias pessoas da Vila, agora , coberto de mato , aonde resistem tristes e decrépitas oliveiras.
A ladeira por onde segue o caminho ,acolheu antigamente vinhedo extenso, as " vinhas da quinta " assim conhecidas por pertencerem a quinta dos Silvas, proprietários da " foz de Vale Covo ". A vinha cobria os cabeços até ao Sobral de Baixo, ainda lembro de observar entre os pinheiros algumas videiras, O pinhal que abafou as vides, tinha grande importância económica, chegou contarem-se ali 20.000 sangrias, muito rendimento sem qualquer trabalho ,justifica fim da vinha.
Continuando atingimos a barroca do " algar ", já foi de férteis lameiros de milho. Seguidamente deparamos as ruínas da aldeia onde chegaram a viver meia centena de moradores, denominada Rio ou também Foz do Sobral
Antes e durante a segunda guerra mundial, teve morador, personagem lendária, em toda a região, conhecido por Manel Porquieiro , ou Manel do Rio , negociava compra e venda de suínos, e resina. Negócio deveria muito rentável , até dispunha de telefone, ligado ao posto da guarda, na vila, actividade empresarial, prestava-se a conversas e conjecturas.
Depois da guerra voltou para América do Norte, dizia-se que teria emigrado posteriormente para Angola, lá ficou para sempre.A Foz do Sobral na actualidade resume-se um conjunto de paredes chamuscadas no interior das quais despontam silvas e solgaços ; sitio melancólico, ermo , propício a fantasiosas congeminações.
Na margem da ribeira; ruínas de moinho junto ao açude ou caneiro. Prosseguimos lomba fora até alcançarmos aldeia dos Covões. Fiquemos aqui até ao próximo " escrito ". A foto mostra o caminho a meio da encosta , tal qual estava décadas passadas