O FOGO TORNOU VISÍVEIS MUROS APIÁRIOS
Escrevemos algures; transformações verificadas ao longo dos séculos nas montanhas da Cordilheira Central de Portugal,região natural onde está situado concelho de Pampilhosa da Serra, decorreram em certas ocasiões de forma tão repentina,apagando memorias e factos dos quais ficaram vestígios cujo significado a maioria das pessoas ignora.
Para resgatar do esquecimento os saberes e cultura dos nossos ancestrais é indispensável "ler" a paisagem decifrar a toponímia , partilhar o conhecimento.
Tudo isto a propósito da apicultura nas nossas montanhas.por exemplo silha,conjunto de cortiços, colmeias ,assentes em parapeitos de pedra de xisto,denominados paredes ou muros,também "malhadas". Instaladas as silhas nas encostas viradas viradas a sul e nascente, próximo de fontes de água, abrigadas das ventanias,porque vento forte "descalça" as abelhas impedindo entrega do pólen no cortiço.
Vicissitudes dos séculos fizeram desaparecer o rasto das construções.
Todavia permanecem topónimos relacionados com produção de mel.Nas cercanias da vila de Pampilhosa da Serra encontramos , Vale dos Enxames, a montante, seguindo o curso da ribeira, o sítio das Malhadas da Ribeira, propriedade antigamente de personagem importante na história do burgo, Jaime Dias de Carvalho, o senhor Jaime das Malhadas, deparamos com muros apiários que deram nome ao sítio, o terrível incêndio do passado 15 de Outubro, consumindo a vegetação, deixou visíveis.Há males fazem ainda que diminuto, algum bem, dando razão as nossas "cogitações" toponímicas.